Margarida Costa, médica veterinária, foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local do acidente, que vitrimou fatalmente Sara Carreira, a 5 de dezembro, de 2020. Ela e o namorado seguiam na A1, quando viram o enorme aparato de toda esta tragédia.
Pararam o carro, na berma, e ela tentou usar os seus conhecimentos para ajudar. Viu Ivo Lucas, no meio da estrada, em tronco nu, acercou-se dele, fez uma primeira avaliação e foi, então, tentar ajudar Sara Carreira. O relato do que viu é um dos mais arrepiantes declarados, durante esta fase do julgamento, no Tribunal de Santarém.
“Paramos na berma, o meu namorado disse está ali um rapaz em tronco nu. Eu saí primeiro e encontrei-me com o rapaz, não me recordo se uma senhora apareceu ao mesmo tempo que eu, eu vi como estava o rapaz, devido à minha profissão, vi que ele estava frágil, tinha uma fratura”, começou por relatar Margarida.
Depois, foi procurar a namorada de Ivo, por quem ele gritava. “O meu instinto foi espreitar para dentro do carro e não a vi, quando fui ver mais perto é que vi”, disse a médica veterinária.
Tentou “logo ver se tinha pulso e não tinha”, enquanto um bombeiro, ao seu lado, estava em linha com o 112. “O senhor ao telefone estava a receber instruções e nós fazíamos conforme ele nos dizia. Ela estava muito presa ao cinto, não conseguíamos ver muito mais. Eu estava a tentar ver na carótida se tinha pulso, mas o corpo já estava frio”, contou a médica, que retirou Sara do carro, e a colocou em posição lateral de segurança, até à chegada das equipas de emergência.