André Ventura declara-se, perante os eleitores, como um homem de valores tradicionais. Um homem devoto a Deus e à família, agarrando-se a uma posição mais conservadora.
Quando fundou o partido Chega, aparecia sempre ao lado da esposa, Dina Marques Nunes, numa forma também de destacar o valor da família. No entanto, com o crescimento do partido, que é agora a terceira força política do país, a esposa foi desaparecendo da campanha, alegadamente por uma questão de segurança.
“As pessoas naturalmente reconhecem-na, sabem quem ela é e respeitam a liberdade dela. Mas acredito que depois, fora do trabalho, haja outro tipo de mal-estar ou ameaças”, dizia Sandra Matias, amiga da família, em 2020, à revista Sábado.
E será também por esse receio e por toda a azáfama da sua vida política que André Ventura tem adiado esse sonho de ser pai. Admite que gostava de ter um filho, mas a falta de disponibilidade e a sua devoção à carreira tem impedido a concretização desse sonho.
“Ainda não desisti de ter filhos, gostava de ter. Mas vivo sempre com segurança, tenho sempre limitação nas deslocações que faço. Foi uma vida que eu escolhi, mas isso também me leva a pensar nas condições em que estou hoje, se tenho condições para dar aos meus filhos uma vida de segurança, que é o mínimo que eu lhes poderia querer dar e nós hoje temos de ter cuidados de segurança que eu não tinha há dez anos.
Gostava de ser pai. Acho que deve ser uma experiência enriquecedora, que muda a nossa vida. Provavelmente um filho ia tornar o meu coração mais mole”, disse André Ventura no programa ‘Casa Feliz’, à conversa com Diana Chaves e João Baião, durante a campanha para as Legislativas do passado 10 de março.