Ana Patrícia Carvalho é um dos rostos mais conhecidos da informação da SIC e partilhou agora sobre a sua história contra o diagnóstico de HPV, o papilomavírus humano. É uma doença sexualmente transmissível e que quando a pivô da SIC a descobriu, aos 31 anos, já estava com células malignas.
Foi uma conversa muito tensa de Ana Patrícia Carvalho com João Baião e Diana Chaves, no programa ‘Casa Feliz’ da SIC.
“Lembro que quando tive esse diagnóstico fiquei um pouco perdida e tenho conhecimento, mas não tinha o conhecimento total. Caí no erro de ir na Internet, de pesquisar no ‘doutor Google’, e é tudo pavoroso, embora tenhamos algumas fontes fidedignas. Mas depois eu olhava à volta e pensava: ‘Nunca falei sobre isto com as minhas amigas’. Percebi depois que, na minha geração, muito poucas mulheres tinham sido vacinadas.
À minha volta, as minhas amigas e os meus amigos acabaram por se vacinar pelo que aconteceu a mim, porque tinham esse desconhecimento. Sem alarmismos, e sem dramas, vamos falar sobre isso. Tem que haver essa consciência por parte das mulheres de que fazendo o diagnóstico, fazendo esse rastreio, podem estar tranquilas. E também uma maior consciencialização por parte dos homens, das consequências que isso pode trazer – porque os homens são os portadores e eu acredito que tendo filhas, irmãs, mães, não gostariam que nenhuma delas passasse por uma situação mais complicada”, disse Ana Patrícia Carvalho a alertar para uma maior consciencialização para uma doença que pode ser muito facilmente evitada, bastando para isso haver mais conhecimento.
“Normalmente, o HPV é silencioso, não temos sinais muito evidentes. No meu caso, eu já os tinha porque já estava num estado mais avançado. Já estava com células malignas. Portanto, no meu caso foi um baque. Por parte da minha médica, houve negligência clara, porque desvalorizou [os sintomas]. Às tantas achei que podia não ser normal e fui pedir uma segunda opinião. E foi nessa segunda opinião, num hospital público, que me disseram de imediato há aqui qualquer coisa que não está bem, vamos fazer uma biópsia e depois falamos. Aquilo que mais me chocou foi perguntarem-me: ‘Há quanto tempo é que não vais ao médico?’. E eu disse: ‘Há 15 dias’. Este tipo de falhas depois compensa o acompanhamento que eu tive com médicas extraordinárias. Foram praticamente três anos. Fiz tudo bem, mudei radicalmente a minha alimentação, cortei processados, cortei açúcares, enfim, uma forma de conseguir ter o meu sistema imunitário o mais forte possível para conseguir combater o vírus. Tomei a vacina quando já estava infetada para conseguir controlar de alguma forma o evoluir da situação”, explicou Ana Patrícia Carvalho, de 38 anos, já completamente curada desta doença que, em alguns casos, pode mesmo evoluir para cancro, tanto nas mulheres, como nos homens.