O comentador Rui Santos foi muito duro contra Sérgio Conceição, tecendo palavras fortes contra o comportamento do treinador do FC Porto, por este se indignar contra a arbitragem.
“Caro Sérgio, completaste no Funchal a tua 12ª expulsão desde que estás no FC Porto, e mesmo com a acumulação de incidentes disciplinares, continuas a queixar-te de perseguição.
Achas que é o sistema que te persegue ou é o sistema que tem permitido todos os excessos que, sabes bem que apesar todas as expulsões, te tem protegido? O teu comportamento perante o jogo só é possível sustentar porque isto em Portugal é uma paródia. Multinhas, falta de coragem para aplicar as penas mais duras dos regulamentos, um sistema disciplinar que permite todo o tipo de manobras dilatórias e fuga às responsabilidades. Podes dizer, Sérgio, que apenas exploras a ineficácia do sistema. Talvez. Mas não te queixes dele, porque ele, prisioneiro de si próprio, tem sido o teu maior guardião. E sabes qual é a maior prova disso? A diferença de comportamento nas provas nacionais e no espaço europeu.
E não venhas dizer que o teu comportamento é igual, porque não é. E sabes porquê? Porque a UEFA não brinca em serviço. Isto aqui, como sabes também, está tudo contaminado e bloqueado.
Soltaste uma gargalhada há dias quando te perguntaram, com todos os cuidados, se não tinhas receio de ficar com a imagem de insurreto. Aquela gargalhada foi simbólica, porque tu tens todas as razões para te rires disto tudo.
Deixa-te disso, Sérgio. Peço-te isso em nome do futebol português. O futebol não é uma guerra, não deve ser uma guerra. Todos os treinadores ganham e perdem. Vê o que está a acontecer com Klopp e Guardiola. Vê-los pressionarem os árbitros como tu fazes até à medula? És um treinador de primeira, mas faz um favor a ti próprio, e também a quem gosta de futebol. Pelo futebol, não te enganes, e não queiras ficar com essa imagem tatuada para sempre. O futebol é rivalidade, mas não pode ser uma guerra”, disse Rui Santos, na CNN Portugal.
Dias depois, Sérgio Conceição riu-se e considerou “uma palhaçada” e chamou de “programa de autoajuda” o espaço de Rui Santos na televisão.
O Porto Canal, por sua vez, traçou o perfil de Rui Santos e contou toda a história profissional do jornalista que já assumiu, em entrevista ser sportinguista, com afetos pelo Benfica. “Não quero ser nada como os árbitros que são Sporting ou do Porto ou do Benfica e dizem sempre que são do Arrifana. Sou do Sporting. Gosto muito do Benfica. Não sei se é incompatível, mas é verdade”, disse, então, Rui Santos ao jornal Independente em 1992.
Em revista, o Porto Canal escreveu sobre a ascensão de Rui Santos no jornalismo, tendo passado por órgãos importantes como A Bola, Correio da Manhã, Record, SIC Notícias e CNN Portugal. Além do percurso profissional, também foram revisitados esses momentos mais insólitos, como quando foi alvo de uma emboscada e agredido, à saída da SIC, em Lisboa, por três indivíduos, que nunca seriam identificados, também quando participou no programa ‘A Máscara’, na SIC ou quando foi acusado de racismo quando questionou a chamada à seleção de Dyego Sousa por não ser “português bacteriologicamente puro”. Durante este texto, o Porto Canal acusa mesmo o jornalista de ter subido na carreira, pela influência de um tio, Vítor Santos, que era diretor no jornal A Bola, num ataque mais pessoal.
Agora, Rui Santos voltou à carga e durante o jornal da TVI indignou-se contra a arbitragem do SC Braga – Benfica, nomeadamente essa grande penalidade que os benfiquistas dizem ter ficado por marcar, ainda durante a primeira parte do encontro, que ditaria a eliminação da equipa da Taça de Portugal.
“Estamos a falar de uma situação absolutamente clara. De um penálti indiscutível. Os árbitros portugueses estão a ser coagidos e estão a adulterar a verdade desportiva. O nosso campeonato é uma farsa. É preciso ter coragem de dizer isto”, atirou Rui Santos, menos de uma semana depois de se indignar contra Sérgio Conceição por este se enfurecer contra… a arbitragem.
«Estamos a falar de uma situação absolutamente clara. De um penálti indiscutível. Os árbitros portugueses estão a ser coagidos e estão a adulterar a verdade desportiva. O nosso campeonato é uma farsa. É preciso ter coragem de dizer isto.» – Rui Santos. 👏
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Mais tarde, o jornalista voltou a falar sobre esse controlo e acusou uma claque de adeptos de ter invadido o seu telemóvel, com ameaças de morte, no que terá sido uma tentativa de coação, que o comentador se recusa a aceitar. Muito menos a vacilar, na sua eterna luta do que chama a “verdade desportiva”.
“O futebol em Portugal está controlado. Entraram-me no meu telemóvel mais de 140 indivíduos ligados a uma claque, com ameaças de morte. Não vou parar. Vai tudo para a polícia. Custe o que custar. Ele (Conceição) já foi vítima, ele e a família”, afirmou o comentador, na TVI.
«O futebol em Portugal está controlado. Entraram-me no meu telemóvel mais de 140 indivíduos ligados a uma claque, com ameaças de morte. Não vou parar. Vai tudo para a polícia. Custe o que custar. Ele (Conceição) já foi vítima, ele e a família.» Rui Santos.https://t.co/HdGMFZFNNA
— Polvo das Antas – Em Defesa do SL Benfica (@moluscodasantas) February 10, 2023