A morte de Sara Carreira chocou todo o país, em dezembro de 2020. Para a família Carreira, foi um choque brutal, obviamente, a dor de perder alguém tão jovem e de forma tão inesperada, mas muitas pessoas reconheceram essa dor, por empatia, ou mesmo por já a conhecerem.
Esse é também o caso de Laura Figueiredo. No podcast N’A Caravana, de Rita Ferro Alvim, a apresentadora falou sobre a morte da cunhada, mas também de uma outra morte que ela já tinha sentido tão de perto.
A esposa de Mickael Carreira revelou que dois anos antes de perder a cunhada nesse trágico acidente e de tanto ter apoiado o marido nessa fase, também ela tinha vivido a dor de perder um irmão num acidente de viação.
“O meu irmão é a minha segunda perda. Tinha perdido o meu pai e depois perdi o meu irmão. São dores diferentes, mas são perdas. E de alguma forma eu já sabia onde é que aquilo estava e a Bia [filha] era muito pequena e precisava muito de mim, o que foi a minha sorte”, reconhece agora Laura, admitindo que não recebeu todo o apoio de Mickael, nessa altura.
“O Mickael nunca tinha perdido ninguém, então na minha perda ele não esteve”, disse a apresentadora que esteve do lado do companheiro, quando dois anos depois, também ele viveria essa perda trágica da irmã.
“Acho que fez com que ele percebesse tudo o que eu já tinha passado que ele não entendia até à data. Por isso, eu te digo, quando eu perdi o meu irmão eu não tive tanto o apoio do Mickael porque ele não entendia aquele lugar. Ele ainda não tinha passado por isso. Hoje em dia ele é muito diferente. E, lá está, uma pessoa melhor provavelmente”, disse Laura Figueiredo, num momento muito emocional.
“Ele foi descobrir pela primeira vez uma perda, de uma violência brutal, debaixo do olhar público, as pessoas foram maravilhosas, mas ao mesmo tempo sempre que nós saíamos à rua era um ‘sinto muito’, era tudo aquilo que as pessoas sentiam necessidade de dizer ou diziam com todo o amor, mas era violento. Foi de uma violência brutal…”, disse Laura que, ainda assim, em nada compara essa dor à que viveram Tony Carreira e Fernanda Antunes.
“Acho que quando tu vês uma mãe, um pai, a passarem por isso tudo, aquilo que tu podes sentir ou teres sentido tornam-se em nada. É o mais errado! O mais injusto que pode acontecer é um pai ou uma mãe perderem um filho, na minha opinião, na minha conceção de dor. É uma dor que eu não consigo imaginar. Eu só de imaginar esse lugar fico em pânico”, concluiu Laura Figueiredo.