Foram finalmente reveladas as conclusões do processo à morte de Sara Carreira, no Tribunal de Santarém. Na manhã desta sexta-feira, 12 de janeiro, os quatro arguidos ficaram a saber o peso das acusações recebidas, pelo trágico acidente de 05/12/2020, que culminou na morte de Sara Carreira.
Em Tribunal, respondiam pelo acidente quatro arguidos, o namorado Ivo Lucas, que conduzia o carro, Paulo Neves, que seguia embriagado na estrada, a fadista Cristina Branco que teve o primeiro acidente ao embater no carro de Paulo Neves, e ainda Tiago Pacheco, que embateu depois no carro de Ivo Lucas e Sara Carreira.
Os quatro arguidos apontados pelo Ministério Público ficaram a conhecer as sentenças da Juíza. Três foram condenados a pena de prisão, mas suspensa. Os quatro ficam impossibilitados de conduzir temporariamente.
No final, Tony Carreira estava visivelmente consternado com o que se passou durante a manhã, especialmente por uma sessão marcada pela ausência do arguido Paulo Neves.
“Na vida real toda a gente vai para casa, ninguém vai preso e está tudo certo, não era nada disso que eu pretendia, e Deus lhes dê muita sorte e os abençoe”, começou por dizer o pai de Sara Carreira.
“Não entendo como o Ministério Público queria ilibar uma pessoa que é bêbeda, ia a 28km/h, não se lembrava de nada, mas de repente lembrou-se que não ia a 28. Como aqueles que iam a 130 de repente lembraram-se que iam a 85.
[Paulo Neves] para mim é o maior culpado e nem teve coragem para comparecer. Isto são os factos, hoje vou virar esta página, aconteça o que acontecer daqui para a frente não volto cá mais. Não vou recorrer, e até nem ouvi as penas. Não acho normal um GNR fazer o teste de álcool quatro horas depois e dizer que simplesmente que estava cheio de trabalho. Também faz parte da vida real, sim, que a minha filha não está cá”, lamentou o cantor, de 60 anos.
De lembrar que os quatro arguidos conheceram, esta manhã, as penas. Ivo Lucas, foi condenado por homicídio por negligência grosseira com dois anos e quatro meses de pena de pisão suspensa, e um ano com a carta de condução apreendida.
Paulo Neves, que circulava com, pelo menos, uma taxa de alcoolemia de 1,8 g/l, foi condenado, também por homicídio por negligência grosseira, a três anos e quatro meses de prisão suspensa. E fica sem carta durante dois anos.
Cristina Branco respondeu por homicídio negligente, e foi considerada culpa, por condução desatenta. A juíza acredita que a fadista tinha tempo de se desviar do carro de Paulo Neves. Foi condenada a um ano e quatro meses de prisão, também suspensa por um ano. Fica impossibilitada de conduzir por nove meses.
Finalmente, Tiago Pacheco estava acusado de condução perigosa e foi condenado a multa. Ficou também com a carta suspensa por cinco meses.