Ana Afonso faleceu, aos 47 anos, conforme o anúncio do irmão nas redes sociais. Ainda não foram anunciadas as causas de morte da antiga modelo e atriz, que participou na ‘Quinta das Celebridades’, em 2004.
Foram tornados públicos muitos problemas de Ana Afonso, no passado. Porém, no ano passado, a antiga atriz revelava, em entrevista, sobre a sua nova vida e como estava a superar esses problemas, que lhe tinham afetado tanto a vida.
Problemas com alcoolismo, desemprego, acusações de violência doméstica e chegar a ter os dois filhos mais novos retirados pela CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens) marcaram vários anos da vida de Ana Afonso.
Foi em março do ano passado que Ana Afonso, em entrevista a Júlia Pinheiro, na SIC, que a antiga atriz falava sobre esses seus dramas passados e se mostrava em recuperação.
“Em 2018, eu não tive o apoio do pai [dos filhos, Rodrigo Brito], estava sozinha com os dois, tinha que cuidar de um menino com autismo, que na altura estava a passar uma fase muito complicada, para além de usar fraldas, e eu não conseguia arranjar trabalho porque eu tinha as duas crianças, não tinha horários, nem sequer um part-time conseguia arranjar. Foi uma altura difícil para mim, comecei a ir-me abaixo. Estava há sete meses sozinha, sem ajuda nenhuma porque em Lisboa também não tenho família, comecei a ir-me abaixo e a sentir que estava a ter uma recaída com o álcool”, explicou Ana Afonso, sobre o momento em que se viu obrigada a pedir ajuda à CPCJ, muito por culpa do álcool, um problema que tinha começado a sofrer com o autismo do filho, Diogo.
“Quando descobri que o Diogo tinha esse distúrbio e outras situações em casa que me estavam a afetar. Foi o meu escape […] Chegou uma altura em 2015 que decidi ir para uma comunidade terapêutica tratar-me. Estive lá seis meses e se calhar foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu renasci”, explicou a ex-atriz, que viveu também uma separação traumática em 2017, com acusações de violência doméstica.
“Eu já acordava cansada, o meu corpo não tinha força, não conseguia segurar aquele barco e, na frustração, percebi que estava a ter uma recaída. Fui à CPCJ e disse que não estava a aguentar mais. Se não tivesse ajuda, tinha que entregar os meus filhos. Quando me dirijo à CPCJ foi um pedido de ajuda porque eu sabia que as coisas não estavam bem e foi aí que eles entraram em contacto com o pai e disseram: ‘Ou você fica com os seus filhos, porque a mãe não está a aguentar mais sozinha, ou então vamos ter que entregar os seus filhos a uma instituição’. E foi aí que o pai reagiu e ficou com eles.
Nunca fiquei sem a custódia dos meus filhos. Pelo contrário. Depois fui viver no Porto e o pai ficou com os dois e tive sempre carta branca para ver os meus filhos quando quisesse. Vinha com frequência a Lisboa ver os meus filhos, só que depois veio a covid e houve uma fase em que não consegui vir com tanta frequência”, lembrava Ana Afonso, num drama que ainda não tinha terminado.
Rodrigo Brito, o pai das crianças, também se viu obrigado a pedir ajuda por causa do filho mais velho e, nesse momento, Diogo só passava os fins-de-semana com os pais, alternando entre a casa de um e do outro.
“Acho que a minha filha ficou melhor […] Desde que consegui refazer a minha vida, ter novamente uma casa, poder partilhar a custódia, sinto que ela tem evoluído bastante”, explicava Ana, depois de ter voltado a trabalhar. Era motorista de TVDE e tinha voltado a ser agenciada, tendo mesmo planos para voltar à televisão, nesta última entrevista, em março de 2023.