O comentário de Miguel Sousa Tavares, no Jornal Nacional da TVI, da outra semana, deu muito que falar. O comentador regressou ao seu espaço de comentário e falou das palavras sobre Marina Machete, a primeira Miss Portugal transgénero, cuja eleição criticou, na semana passada, junto a José Alberto Carvalho.
“Não sentes, neste momento, passado uma semana, que a forma como procedeste não só ofendeu Marina Machete como legitimou aqueles que te acusaram?”, quis saber Sandra Felgueiras, esta quinta-feira, 2 de novembro, uma semana depois dos comentários polémicos.
“Sobre isso, basicamente, não tenho nada nem a acrescentar, nem a retirar. Mas já que insistes… Como sabes não sigo redes sociais (…) mas seria hipócrita se dissesse que tenho um desconhecimento total de quais foram as reações.
Aquilo que eu disse, fundamentalmente, foram duas coisas: Uma, que eu não acho legítimo que um transexual concorra a um concurso de beleza feminina, como não acho legítimo que concorra a provas desportivas femininas. Vicia as regras do jogo. É batota”, disse o comentador, antes de apresentar a sua segunda justificação, quando disse que “não acreditava que não houvesse mulheres mais bonitas a concurso e, portanto, concluo que ela tenha ganho não por ser a mais bonita, mas por ser transexual. Isso implica uma coisa mais ampla e mais grave. Eu não ponho em causa, de maneira nenhuma, que as minorias devem ser protegidas”, explicou Miguel Sousa Tavares, que fez questão de relembrar que foi “uma das primeiras pessoas” a defender o casamento homossexual.
Finalmente, o comentador quis alertar para um novo perigo, dizendo que não “nos devamos vergar a uma espécie de tendência, que se não for enfrentada acaba em ditadura das minorias sobre as maiorias”.
Miguel Sousa Tavares concluiu o tema, a revelar que, apesar de toda a controvérsia, acredita que a “maioria” concorda com ele. “Aqui, embora as redes sociais possam dizer o que quiserem, eu sei que estou do lado da maioria. Há muita gente que acha muito bonito chamar-me nomes e dizer que ‘eu sou moderno’, no fundo não são”, disse Miguel Sousa Tavares.