Já começou o julgamento do caso da morte de Sara Carreira. Esta terça-feira, 24 de outubro, foi o primeiro dia de julgamento, que prossegue esta quarta-feira, no Tribunal de Santarém.
A assistirem aos testemunhos dos arguidos, estiveram, muito emocionados, Fernanda Antunes e Tony Carreira, os pais da jovem de 21 anos, que perdeu a vida num acidente de viação, a 5 de dezembro de 2020.
Durante as primeiras declarações, Tony e Fernanda foram-se emocionando, chorando e abanando a cabeça. Porém, foi quando algumas testemunhas e profissionais de saúde falaram sobre como encontrara Sara Carreira, logo após o acidente, que Fernanda Antunes e Tony Carreira não aguentaram mais.
Fernanda abandonou a sala e o ex-marido, Tony, seguiu-lhe os passos.
“Uma menina em mau estado”, que “parecia que estava a dormir, pendurada dentro do carro, com o cinto posto”, descreveu a assistente social Helena Lopes, sobre a imagem que viu, quando se aproximou do Range Rover acidentado.
“A vítima estava do lado de fora da porta, pendurada pelo cinto, de barriga para baixo”, contou uma outra testemunha. Foram estes os primeiros a chegar ao local do brutal acidente. Um ex-bombeiro profissional, junto com um veterinário, cortaram o cinto de segurança de Sara, já depois de perceberem que ela “não tinha pulso”. Também estava presente uma médica, mas já nada podia fazer.
Enquanto isso, Helena Lopes virou-se, então, para Ivo Lucas, que pediu para entrar no seu carro, e que esteve a tentar acalmar até chegarem as equipas de emergência. “Tinha a sensação que tinha o pulso partido. Tinha medo que adormecesse e fui falando com ele. Estava confuso, preocupado com o carro e queixava-se com muitas dores”, contou a assistente social. “Perguntou uma vez ou duas vezes pela namorada. Dizia que parecia que estava a ter um sonho com um amigo que tinha tido um acidente”, acrescentou ainda Helena, a confirmar a confusão de Ivo Lucas, nos segundos que sucederam o acidente.
Também o ex-bombeiro percebeu que Ivo Lucas “estava confuso. A única coisa de que falava era de uma pessoa que tinha perdido há pouco tempo e perguntava pela namorada”, notou o ex-bombeiro, que tal como estas testemunhas, chegou ao local do acidente, instantes depois do mesmo acontecer, pararam os carros, e tentaram ajudar no que podiam.