Margarida Costa, médica veterinária, é outra testemunha do caso Sara Carreira.
“De repente havia muitos destroços na estrada e ele [o namorado] travou a fundo com medo de termos um acidente, ele conseguiu passar com um carro na faixa do meio”, recorda.
“Ele lembra-se de ver um ou dois carros na berma do lado direito e vi um carro do lado esquerdo”, conta.
“Paramos na berma, o meu namorado disse está ali um rapaz em tronco nu. Eu saí primeiro e encontrei-me com o rapaz, não me recordo se uma senhora apareceu ao mesmo tempo que eu, eu vi como estava o rapaz, devido à minha profissão, vi que ele estava frágil, tinha uma fratura”, acrescenta Margarida.
“O rapaz estava muito desorientado a chamar pela namorada. Eu disse que vou ajudar, não levei o telemóvel, estava muito escuro, olhei para dentro do carro, não estava nada, e continuei à procura no meio dos destroços. Eu quando estacionei o Ivo estava mais perto da berma, estava muito desorientado”, diz a testemunha.
Margarida conta que viu que não era grava por se tratar de uma fratura na zona do braço e, por isso, decidiu ir à procura da namorada de Ivo (Sara Carreira).
“O meu instinto foi espreitar para dentro do carro e não a vi, quando fui ver mais perto é que vi”, diz a médica veterinária que começa a explicar pormenorizadamente como estava o corpo de Sara.
Tony Carreira e Ivo Lucas estão de cabeça baixa.
“Foi nessa altura que chegou um senhor que era bombeiro e o meu namorado, o bombeiro estava ao telefone com o 112 e eu estava a descrever a vítima”, recorda.
“Fui logo ver se tinha pulso e não tinha”, acrescenta Margarida.
“O senhor ao telefone estava a receber instruções e nós fazíamos conforme ele nos dizia. Ela estava muito presa ao cinto, não conseguíamos ver muito mais. Eu estava a tentar ver na carótida se tinha pulso, mas o corpo já estava frio”, recorda.
“Vimos novamente o pulso e depois cortámos a camisola o suficiente para chegar ao pescoço para ver se tinha pulso, e não tinha. Ficamos lá ao pé dela, até alguém dizer algo em contrário e até chegar auxílio”, descreve a médica.
“Tinha estado a chover antes, quando paramos não estava a chover e não estava nevoeiro, estava escuro, não havia luz. Eu lembro-me quando passamos na faixa do meio foi tudo muito rápido, vi luzes no lado direito, não sei será um ou dois carros. Lembro-me de ver um carro mais à frente a deitar fumo”, recorda Margarida.